quarta-feira, 2 de março de 2016

O sol da manhã...


O sol da manhã atravessou minha janela e incidiu sobre minha pele dourada, a aquecendo. O mundo gritava e voz alguma saia da minha boca. O ar entrava e saia de meus pulmões e percebi o quanto somos invadidos! Quanta coisa passa pela gente, quanta coisa habita o nosso ser! E quanta coisa deixamos ir... No hoje há vestígios do que passou e ficou, do que passou e se foi. Os olhos mais treinados vêem rastros e pistas em todo lugar. Somos labirintos, mapas, prontos para serem desvendados, analisados. Mas temos medo. Tudo isso é muito invasivo.



Olhando pela janela, vi um pássaro sem nome, sem voz, sem rosto. Quantos querem ser pássaros! E quantos desses tem medo da altura? E desses ainda, quantos tem medo da queda? Nunca quis ser pássaro. Já quis ser estrela e ser peixe. Ser peixe para nadar na imensidão do mar e navegar pelo segundo céu, refletido naquelas águas.  Às vezes queremos ser tanta coisa, ter tanta coisa, que nos esquecemos de quem realmente somos e do que realmente temos. Sou eu mesma e tenho a mim mesma. E o que muitos acham aterrorizante nisso tudo, é que não somos produtos feitos, tudo pode mudar, a qualquer hora. Isso é assustador, porque pode-se esperar qualquer coisa e o que não conhecemos nos assusta. Em contrapartida ainda assim as pessoas preferem viver no medo, no não-conhecimento, porque a ignorância grita por aí ser uma bênção. Abençoado seja! O mundo está cheio de bênçãos! 


E nada disso importa ao raio de sol que toca a minha pela dourada, ou ao céu que irradia sua grandeza lá em cima, ou a estrela magnífica na noite estrelada, ou ao peixe que eu tanto quis ser.


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