Mais uma manhã fria surgia, mas não era tão fria quanto o meu coração. Coração esse que estava cheio de pesares e apesares, que por sua vez não era tão frio quanto palavras inesperadas, que queimam mais do que o fogo.
O céu que agora está claro, já
esteve nublado, e não pude distinguir seus significados. Outrora minha mente
estava clara, agora jaz nublada, diante da falta de perspectiva do momento
seguinte, da palavra seguinte.
A espera do sol não é mais dolorosa
do que a espera do som, onde reina o silêncio puro. Puro, branco e frio, como o
gelo.
Se ao menos eu pudesse quebrar esse
silêncio... aspirar o ar com meus pulmões, o aquecer, fazer vibrar a minha
corda vocal...
É em vão.
Não se pode quebrar uma muralha com
um sopro. Não se pode vencer a pedra com o ar. Nem quebrar o silêncio com uma
palavra.
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